Anúncio de 1848 no Jornal do Commercio do Rio:(extraído de Rodrigo Elias, op.cit.)"Na casa de pasto junto ao botequim da Fama do Café com Leite tem-se determinado que haverá em todas as semanas, sendo ás terças e quintas-feiras, a bella feijoada, a pedido de muitos freguezes. Na mesma casa continua-se a dar almoços, jantares e cêas para fóra, com o maior asseio possível, e todos os dias há variedade na comida. À noite há bom peixe para a cêa."
Como lemos acima, o feijão faz parte da nossa cultura gastronómica a um bom tempo.
No séc. XIX, todos os viajantes que aqui vieram descreveram a importância central do feijão nos hábitos alimentares dos brasileiros, ricos ou pobres (para estes, quase sempre iguaria única). Vários deles destacavam a forma como o prato era servido, acompanhado de toucinho. Debret ( famoso pintor da missão artística francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 1816) descreveu o jantar da família de um humilde comerciante dos tempos de D. João VI: "se compõe apenas de um miserável pedaço de carne-seca, de três a quatro polegadas quadradas e somente meio dedo de espessura; cozinham-no a grande água com um punhado de feijões-pretos, cuja farinha cinzenta, muito substancial, tem a vantagem de não fermentar no estômago".
A feijoada é o resultado da nossa mistura indígena, europeia e africana.
Os índios, antes mesmo dos portugueses chegarem ao Brasil já conheciam a feijoada, claro que na sua receita mais primitiva.
Para mais informações sobre a origem da feijoada consulte http://pt.wikipedia.org/wiki/Feijoada.
A feijoada por si só e um espetáculo gastronómico, mas não podemos esquecer que ela sozinha talvez não fizesse todo esse sucesso sem os acompanhamentos que tanto gostamos.
Couve, laranja, farofa, cheiro-verde, arroz e o toucinho fumeiro fazem da feijoada uma das mais saborosas refeições que alguém já provou.
Em breve estarei postando uma receita especial de feijoada, mas antes preciso falar mais do feijão nosso de cada dia, mas isso fica pra próxima.
